segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um paradoxo sobre mim.


Eu sou dessas pessoas que não ligam para o tempo, não ando com relógios, esqueço meu celular nos lugares comumente, não me importo mesmo. Em uma frase consigo dizer muito "não", pois vivo negando o que algumas pessoas acham que é certo, e bloqueando idéias exteriores ao meu mundinho.
É, meu mundinho. Um tanto quanto vazio e um tanto quanto cheio. Pra mim na verdade é muito mais cheio, de mim mesma. Do meu egocentrismo aguçado. Mas, para alguns é um mundo vazio, solitário.
Eu também não me importo com a solidão. O que muitos acham tão amargamente torturante para mim é na verdade acolhedor. Nas noites a escuridão me abraça num silêncio que têm ao mesmo tempo volúpia e conforto.
Não que eu me importe muito com essa questão carnal, do desejo mesmo... estou muito mais para frígida. Até por que na maioria das vezes as relações interpessoais associadas ao desejo estão intimamente atreladas a certo desconforto. Por isso, a solidão me basta.
Nunca fui de ter relações de intimidade com outras pessoas, não sei se por não conseguir. Mas acho que está mais compactuado com minhas opções de vida.
Eu gosto do bastante, e ando justificando muito o bastante na minha vida. É uma forma de dizer que tenho o necessário para ser aceita por eu mesma. Não diria que tenho o necessário para ser feliz por que, na realidade viceral, nunca fui feliz. E desconheço essa tal de felicidade absoluta.
Pelo menos no universo que me encontro ela nunca existiu.
O que existe às vezes é um cigarro no fim da tarde, escondido, coisa proibida. É, até que eu gosto dessas aventurinhas. Me deixam com um quê de louca.
Existe também uns jornais velhos espalhados pelo chão, meu diário e nutella com morango.
Essa é a melhor forma de viver...
Só que essa, absolutamente, não sou eu.

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