sábado, 25 de setembro de 2010

Pássaros negros no horizonte




Sem mais delongas, admito que o amor esteve aqui.
Passou breve, com um ar de apressado, como um cumprimento de longe.
Aquele cumprimento que você não espera encontrar, e que mudou o resto do seu dia.
Que nunca mais saiu da sua cabeça. Como a troca de olhares, rápido, porém profundo.
Um vislumbre de um pouco mais de poesia, acrescentou-lhe a vida.
Como numa praia deserta, que em um dia de frio, paira uma cor de azul e verde pálido,
E no horizonte um bando de pássaros negros infringem a neutralidade passiva.
As ondas espumantes quebram com vigor e nos inundam com sua devastidão
Trazendo uma sensação de aprofundamento na alma, uma coisa que você vive sozinho.
Essa paisagem é uma admiração solitária, como esse amor.
Faz-se mil rodeios e metáforas para compreender-se,
E no fundo não se compreende por completo.
Há uma ausência incomoda que reina no instinto da curiosidade
Que espera, inconscientemente uma resposta.
Um retorno inútil, uma réplica qualquer a sua dor.
Quem crava na alma essa encomenda de amar,
Não se preocupou com o seu depois,
Ou se o fez, não viveu o seu agora.
Passou, mas deixou rastros que só na névoa matinal desaparecerá despercebido.

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