segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Intensidade contestada.

A intensidade realmente me fascina, é o meu maior entorpecente. Tudo poderia acontecer intensamente, independente das circustancias, indenpendentemente.
Atos irremediaveis, desejos incontrolaveis, sabe... quando não dá pra segurar, não dá pra adiar. Todas essas definições são engolidas por uma única: intensidade. As vezes se espera semanas, dias, anos... tempo, pra que as coisas aconteçam e quando acontecem nem superam nossas espectativas, porque quando se tem muito tempo pra pensar, quando se cria muita estratégia, se perde o encanto, a espontaneidade.. a intensidade. Mas, quando não se espera, quando simplesmente acontece, sem freios, pudores, opressões. Sem culpa, sem arrependimento. Tem todo um significado que talvez um ano não tivesse tido, que talvez alguém demorasse décadas pra entender... mas bastava uma noite numa praia, um amanhecer entre pernas e barbas, um olhar penetrante: pra que tudo parecesse tão claro, tão simples. Só mais um passo a frente, e você cai no abismo do desconhecido.
Dizem que na escuridão, já que "perdemos" um dos nossos sentidos, os outros ficam mais aflorados. Então, são toques, texturas, sons, sussurros... bendita sinestesia! O desconhecido é assim, e quando parece que vai ficar melhor, muitas vezes acaba. Talvez temporariamente, talvez não.
Quem foi o infeliz que disse que intensidade tinha que estar diretamente relacionada a brevidade? Quer dizer que só porque foi intenso, não da mais pra aguentar muito tempo.. aquelas horas supriram todo o contigente de sentimentos e emoções que poderiam ser arrancadas, mastigadas e engolidas goela abaixo? Então acaba-se rápido, dura-se pouco.
Isso tudo é praqueles que acreditam que a vida toda, vão ter poucos momentos de felicidades explosivas, amores devastadores. Isso é praquelas que não se imaginam encontrando o paraíso, mesmo estando vivos, praqueles que nao veem o sol se por numa mistura de rosa, violeta, amarelo e laranja, praqueles que não sentem o cheiro de grama, e não respiram fundo o ar da manhã com ou sem neblina, pra todos aqueles que nunca deram um mergulho no mar pro sal purificar a alma. Pra todos que não tiveram grandes experiencias.
Eu me recuso a acreditar que a intensidade esteja em pequenos momentos, em breves relances de eternidade, que esteja só nas caixas de som ou só no atrito entre os corpos. Eu prefiro acreditar que ela está em tudo, dependendo de como se ve, se age e se prepara para ela.
Essa é a minha realidade imaginaria, meu paradoxo existencial. Insisto em ver as coisas como eu as imagino, e porque eu imagino eu vivo, e porque eu vivo, elas existem.

Um comentário:

  1. como as palavras tem o poder tao grande de simplicar as coisas mas bonitas de vida.. Leonardo.

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