sábado, 30 de janeiro de 2010

A árvore e a lua

Ontem fui presentiada. O meu presente não foi material, claro, porque se fosse não estaria falando sobre ele provavelmente... Foi um presente à minha alma. Energizante, transendental e explosivo.
Uma mistura, de pessoas, momentos, frases e certezas. Que ficaram marcadas na minha alma como cicatrizes, sempre que eu buscar por um momento de segurança emocional.. talvez eu busque a noite de ontem na minha memória.
Primeiramente, quanto as pessoas, mais especificamente... quatro pessoas. Tão diferentes umas das outras, mas com pensamentos e objetivos, que por mais que esses respingem em todos os lados, como um pincel cheio de tinta sendo balançado perto de uma parede branca.. no final, esses objetivos convergem em um só ponto, que é o mesmo do pincel, ARTE.
Ela que por si só encheria o mundo de cores, sons, gestos, performaces, risos, musica, máscaras... mas ela não age sozinha, ela é tão generosa, tão gigante, tão abrangente... que ela precisa de veículos pra se disssipar, e felizmente, nós na nossa simples condição humana, somos esse veículo! Sorte de quem se descobre na arte, sorte de quem aceita que ela entre na sua vida, sorte de quem se permite expressar, ver, ouvir... viver através da arte! E essas quatro pessoas, me incluindo, permitem isso em suas vidas.
Momentos assim são eternizados, com coisas tão "normais" pra quem não é normal! Porque a normalidade não permite a transgressão de dançar num posto de gasolina, de descer do carro e eternizar, através de uma camera na mão, um lugar de tantas lembranças, quedas e ascenssões. O lugar da nossa própia descoberta, o nosso lugar. Ontem foram ditas muitas frases, muitas delas cantadas, interpretadas... e isso tudo me da a sensação de que talvez eu estivesse fora a muito tempo, e finalmente tivesse chegado em casa. É isso mesmo, casa.
Casa é um lugar onde as pessoas sentem a liberdade de ser elas mesmas. E ontem, eu fui o que sou, mais do que o normal... deixei transbordar minha essencia, pra assimilar a dos outros e fazer disso tudo uma grande coisa indefinida. Não consigo achar palavras pra descrever todos os sentimentos, emoções, toda a ENERGIA.
Enfim, as certezas. A parte mais marcante de tudo, foram as certezas. Acho que caiu um pouco mais da ficha que esse é o nosso destino, e a proximidade dele é muito complexa.
Porque o nosso destino, não está batendo nas nossas portas.
Ele se infiltra pelo buraco da maçaneta, contorna obstaculos, escala os muros, penetra pelas janelas, quebra os vidros, arranca as fechaduras, destrói a cerca elétrica, corrói o que não vai servir para o futuro, combate os nossos cães de guarda indomáveis... o nosso destino é agressivo.
Tive ontem um mero vislumbre dos próximos anos... Como o nosso vislumbre da lua, antes tão linda e inalcançável , agora é só o nossa próxima parada, se for preciso escalaremos árvores e montanhas, para alcançar o nosso limite, o universo.
E a imagem da árvore e da lua ja não nos parece triste, solitária.. porque existe uma corrente, um elo que nos envolve em uma grande energia que transforma tudo em perfeição.
Eis que estamos em busca incessante dela. Somos, até agora, corpos e almas SEDENTAS.


dedico esse texto, às quatro pessoas de ontem. e ao nosso universo particular e infinito.

Um comentário:

  1. só a gente pra atribuir significados tão intensos à coisas 'normais' aos olhos dos outros..

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